Rio que te quero lindo!

Em todas às suas luas e suas marés

Teus montes e teus vales

Tuas planícies e tuas praças

A de Olavo, e de tantos outros.

Escritores.

Monumentos gigantes

Corcovado e sua mata

A nossa mata, floresta da Tijuca.

Arpoador, ao pôr-do-sol.

E seus raios dourados sobre o mar.

Copacabana, princesinha na aurora.

Á me acordar.

Rua do ouvidor e seus cafés nos tempos

De outrora

Meu Rio, de tantas vitórias.

E ainda hoje brilha entre tantas outras

De outros Césares.

Meu Rio que te quero livre

De tantos filhos seus, morando em calçadas.

De seus velhos, dormindo nas filas dos hospitais.

Meu Rio, que te quero ver do Pão- de- Açúcar.

Até ao pico da Tijuca, sem lamentar as baixas.

Pelas balas perdidas

Balas no asfalto, as que vêm do alto.

Ou não!

Rio, que te quero livre de tantos pés descalços.

Rio, que te quero lindo!

Com as praças cheias de estudantes

A caminho da escola.

Rio, que te quero livre de tantas bocas vazias.

Sem ter o que engolir ou agradecer

Largo da Carioca e de São Francisco

Sem tanto lixo.

Praça Tiradentes, com tanta gente, (sem eles.).

Dormindo ao relento e olhando para o alto.

De lá, as estrelas brilham e contemplam.

A beleza deste Rio, com suas mazelas e queixas.

As suas praias e gueixas.

As noites cariocas e seus risos

As favelas, mata à dentro, matando lá dentro.

Ou morrendo?

Crescendo e crescendo!

Rio, que te quero rindo.

Ver à lua contemplando, o cristo, que contempla,

Mais um César,

Caindo!

Lili Ribeiro