BRASILEIRO
Mestiço, sangue mulato
Pálido, raquítico
Tem fome de esperança
Mora num pequeno casebre
Gera uma dúzia de filhos
Seus bens móveis
Nas esquinas do Brasil...
Uns são verdes
Outros bem amarelinhos
Saudáveis até onde a dengue permite
É João Brasileirinho
Todos muito patriotas
Aprenderam a falar
Pedindo uns trocados pro moço...
Quando têm sede
Cadê o leite?
Bebem suas águas poluídas...
Eu nem quero falar de mim
Ou até mesmo dos meus
Se quiser saber seu moço
Sou igualzinho a você
E os seus iguais aos meus
Nesta pátria onde Deus
Antigamente, muito antigamente
Se dizia brasileiro...