O CIRCO DOS HORRORES:
Venham todos!
Senhoras e senhores!
Venham e vão entrando!
Adentrem o circo dos horrores!
Com programação sem contra indicação!
Que se desliguem as luzes!
Imagem e som! A ilusão real da vida!
Em prol do interesse de poucos!
“Para ilustração do público presente e (mau) exemplo (para) gerações vindouras!”
Venham e vejam!
O rio da mata da Pirelli, poluído pelo lixão da Santa Lúcia I!
Respirem o odor dos restos de cevada da SCHINCARIOL,
Ás seis horas da manhã, sendo trazido nos braços da brisa matinal!
“O bufão sentado no trono do rei!”
Seis cemitérios dentro de um ovo!
Bruxos! Saltimbancos! Políticos! Impunidades!
“Dragões e vampiros!”
O tratorzinho “mágico” que transforma lixo doméstico em solo!
A Secretaria que “cospe fogo” para queimar lixo hospitalar!
Três presídios num só!
Venham e vejam!
Um elefante branco pintado de mercado!
Tijolos preguiçosos que não constroem um Ginásio!
Outros bichos!
O macaco de lata!
A preguiça de papel!
Os peixes de galhos secos mortos no rio!
Este é o circo dos horrores,
De outros bichos, de outros odores!
“Não compare com grotescas imitações!”
“Deus bendiga quem vier!”
“Deus bendiga quem não!”
“Pessoas sensíveis e menores, abster-se”
Baseado no poema ”vão passando senhoras e senhores” do livro: De pernas pro ar, A escola do mundo ao avesso, de Eduardo Galeano.