Gotas pacificadoras de um grito coletivo

A palavra suave paz sai hoje de nossas gargantas

e se transforma em gritos

O universo das artes tem gosto de sangue

quando crianças vivem nos guetos

A sonhar com o dia que não verão

um irmão, amigo ou vizinho na calçada morto.

A Paz é um gesto afirmativo hoje

um clamor de todos nós meninos

Que queremos brincar de versos

Na passarela da vida que nos foge.

Quem terá coragem de escrever nestes tempos?

Será melhor tomar a arma da vingança?

Olhos vendados fingem não ver

Mas uma menina me disse

- "Eu vejo todo dia a morte".

Os poetas teriam o segredo pra aniquilar esta cruel realidade?

Ou escreveriam poemas por puro ego ou vaidade?

A paz seria dever só daqueles que integram o Estado

Ou deveria ser uma busca coletiva para não ficar calado

Diante de dias que se sucedem arrancando a alegria

em pleno mês que se comemora o dia da poesia?

Venham poetas unidos, manchemos com camisas

brancas borradas de tinta

Para que nossas vozes se registrem nos escritos

das nossas sobre-peles

Como se nos tatuarmos fóssemos

contra todo o ódio, com traços suaves

Juntos em um pacto de amor ao próximo

para impedir que mais sangue se verta.

Chova a poesia do suor de nossos corpos

a transformar um mundo sangrento,

na mansidão de uma pomba branca

a voar por ares mais tranqüilos

de um Belo Horizonte para outras terras.

No domingo, dia 30 de março, poetas de Belo Horizonte marcharão com camisas brancas com poemas escritos pela paz. Choverão dos ares poesias pacifistas, livros serão, cerca de 1000 livros serão doados para bibliotecas comunitárias.

Mais informações: imersao@imersaolatina.com

Brenda Marques Pena

Jornalista, Poeta e baterista

Cônsul Zona Leste de Poetas del Mundo

Presidente do Instituto Imersão Latina de Comunicação e Solidariedade

para América Latina e Caribe

Brenda Marques Pena
Enviado por Brenda Marques Pena em 14/03/2008
Código do texto: T901024