Olhar periférico
Olhar periférico
O olho do menino brilha quando ele fala do crime, a mão treme quando ele segura o trinta e oito;
A raiva na hora do assalto o tambor girando;
Gerando dor.
As folhas murcham a depressão;
O cachimbo a ilusão;
A policia invadindo o barraco, como um estouro de rojão
O camburão a detenção
O cigarro no dia de visita
O choro do seu irmão.
A mistura de loucura com fissura total tortura.
Um menino com a camisa do santos portando uma pistola;
Ele chora quando pergunta de seu sonho
Quer jogar bola, brilhar no Morumbi ou no Maracanã
Ter uma casa de luxo no Jardins, ou no Butantã,
Ser um jogador profissional.
Mas quando acorda se flagra tomando banho de sol.
Por entre as paisagens a um caminho
Onde é preciso ter fé para ultrapassar os espinhos,
Sobre o homem há uma luz onde está é DEUS que conduz, não temas:
O crack;
A policia;
O rabecão;
A rebelião;
Pois no fim sempre haverá uma salvação;
Irmãos o crime é ilusão!
O sol nasce eu olha para o morro,
Vejo em meio aos barracos, a favela silenciosa;
Nesta fração de segundo eu penso na paz, penso nas pessoas nascendo,
Outros crescendo,
Uns subindo;
Uns descendo;
Alguns morrendo.
Dá-me medo e me apavora saber que meu filho vai herdar o crime à droga, a violência.
Então me lembro que eu venho deste mesmo lugar, tenho que ser exemplo.
Lembro da minha mãe do meu irmão,
Da minha namorada, lembro do racho de bola;
Dos amigos da esquina e os da escola.
Então me lembro de homem chamado Jesus e ele me da força esperança auto – estima para acreditar que eu sou capaz e que você também e são é.
Mais dia ou menos dia o sol vai brilhar.