Poesia para uma Favela?

Incauto?

Um pária social?

À margem do asfalto

Empilham-se marginais

Despojos humanos

Janelas com pano

Respira ar puro,

Quem não vive o futuro?

Acrobata da vida

Para a morte rendida

Tem chance ou vantagem

Quem nasce à margem?

À margem da escola

Parceiro do crime

Devaneios com cola

Só assim se redime

Descer da palafita

Esrguida sobre a desdita

Alcançar o asfalto

E morrer num assalto

Entranhas espalhadas

De quem viveu na sarjeta

Que tanto furtou gavetas

Termina marcando a calçada

A hipocrisia do espectador

Assistiu o fim do matador

E a pasta nefasta, com impertinência,

à distância, manchou-lhe a consciência

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 09/03/2008
Código do texto: T893677
Classificação de conteúdo: seguro