HESITO

Hesito

Eu tenho meus receios quanto aos homens que se dão ares de muito brio;

Dos portadores de virtude extrema e ilibada postura;

Dos senhores tantas vezes invejados e confundidos com o ideal moderno.

Tenho meus receios.

Como alcançaram a perfeição de seus atos, senão com a , não menos honrada, perspicácia [de muitos erros.

Em quantas mãos não foi preciso se apregoar a torpeza e a ganância.

Para daí então, de toda “boa-fé”, sublimarem-se.

Eu não fico boquiaberto com carrões, beleza e um peito estufado,

Nem os olho, vexado, como se assim devesse.

Não falo tão-somente de conquistas materiais;

Cuido também da mestria vestida de pele, coberta de pêlos, suscetível de dor, doença

[e menosprezo.

Eu escuto ressabiado a falsa modéstia de qualquer qualificação que – sei –

Ainda vomita em vida a fragilidade do Amanhã.

O alarde, apesar de sedutor, será, talvez, por demais enfadonho.

Contento-me, criatura erradia que sou, com a humildade (e sapiência)

De ver-me falho.

Porque quão virtuoso é o ponderado de perceber-se

[medíocre!

- Quanto àqueles, tenho minhas dúvidas.

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 06/03/2008
Reeditado em 07/03/2008
Código do texto: T890458
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