HESITO
Hesito
Eu tenho meus receios quanto aos homens que se dão ares de muito brio;
Dos portadores de virtude extrema e ilibada postura;
Dos senhores tantas vezes invejados e confundidos com o ideal moderno.
Tenho meus receios.
Como alcançaram a perfeição de seus atos, senão com a , não menos honrada, perspicácia [de muitos erros.
Em quantas mãos não foi preciso se apregoar a torpeza e a ganância.
Para daí então, de toda “boa-fé”, sublimarem-se.
Eu não fico boquiaberto com carrões, beleza e um peito estufado,
Nem os olho, vexado, como se assim devesse.
Não falo tão-somente de conquistas materiais;
Cuido também da mestria vestida de pele, coberta de pêlos, suscetível de dor, doença
[e menosprezo.
Eu escuto ressabiado a falsa modéstia de qualquer qualificação que – sei –
Ainda vomita em vida a fragilidade do Amanhã.
O alarde, apesar de sedutor, será, talvez, por demais enfadonho.
Contento-me, criatura erradia que sou, com a humildade (e sapiência)
De ver-me falho.
Porque quão virtuoso é o ponderado de perceber-se
[medíocre!
- Quanto àqueles, tenho minhas dúvidas.