O NAVIO DA ESPERANÇA

Nuvens carregadas pressagiam tempestades sobre o mundo

O meu rosto envergonhado é o primeiro a receber sua precipitação

Na revoltada palpitação que cadencia uma lágrima por segundo

Navegando mar profundo, em busca de justiça, essa embarcação!

Ela nasceu no sorriso inocente da infância violentada

Socorreu as pequenas vítimas dos adultos que se odeiam e guerreiam

Deu asilo e proteção às tantas que nas fronteiras, estão refugiadas

Propôs a si concretizar o universo lúdico, que todas elas anseiam!

Navegou um tanto mais até alcançar as mãos do descaso e violência

E sua espada amputou a crueldade escondida em falsos lares

E puniu severamente a demência moral, que maltrata a inocência

E permitiu aos esquecidos pequeninos, a fuga de seus cárceres!

Pelos mares que rasgou, conheceu o que se chama incompreensão

Por não compreender sarjetas e córregos, que abrigam suas vítimas

E não entender a raça que abandona suas crias e lhes sonega proteção

Pela cruz de desamor, onde apregoam a pureza mais legítima!

Mas aqui é diferente, a embarcação não aborta sua tripulação

Aqui o mar é colorido e a única regra é livremente poder brincar

Brincar de um mundo melhor, onde em cada adulto, haja um coração

Brincar que o amor verdadeiro, algum dia, possa se materializar!!

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"Enquanto houver uma única criança sendo agredida, enquanto houver essa abjeta indústria que lhes prostitui, enquanto houverem mães e pais mais irracionais e cruéis que os próprios animais, enquanto as guerras roubarem a paz dos pequeninos e enquanto a violência calar a voz desses anjos indefesos, minha alma vai sangrar e minha poesia vai gritar"

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 01/03/2008
Reeditado em 22/01/2012
Código do texto: T882255
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