O NAVIO DA ESPERANÇA
Nuvens carregadas pressagiam tempestades sobre o mundo
O meu rosto envergonhado é o primeiro a receber sua precipitação
Na revoltada palpitação que cadencia uma lágrima por segundo
Navegando mar profundo, em busca de justiça, essa embarcação!
Ela nasceu no sorriso inocente da infância violentada
Socorreu as pequenas vítimas dos adultos que se odeiam e guerreiam
Deu asilo e proteção às tantas que nas fronteiras, estão refugiadas
Propôs a si concretizar o universo lúdico, que todas elas anseiam!
Navegou um tanto mais até alcançar as mãos do descaso e violência
E sua espada amputou a crueldade escondida em falsos lares
E puniu severamente a demência moral, que maltrata a inocência
E permitiu aos esquecidos pequeninos, a fuga de seus cárceres!
Pelos mares que rasgou, conheceu o que se chama incompreensão
Por não compreender sarjetas e córregos, que abrigam suas vítimas
E não entender a raça que abandona suas crias e lhes sonega proteção
Pela cruz de desamor, onde apregoam a pureza mais legítima!
Mas aqui é diferente, a embarcação não aborta sua tripulação
Aqui o mar é colorido e a única regra é livremente poder brincar
Brincar de um mundo melhor, onde em cada adulto, haja um coração
Brincar que o amor verdadeiro, algum dia, possa se materializar!!
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"Enquanto houver uma única criança sendo agredida, enquanto houver essa abjeta indústria que lhes prostitui, enquanto houverem mães e pais mais irracionais e cruéis que os próprios animais, enquanto as guerras roubarem a paz dos pequeninos e enquanto a violência calar a voz desses anjos indefesos, minha alma vai sangrar e minha poesia vai gritar"
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