A CIDADE
Solidão começa
O dia, vírgulas, repetições
Obsessão
A maquinolatria sobre a cidade
Com suas vias de vida e morte
Avessas ao protesto, à revolta
Alternam-se horror e esperança
Dentro dos edfícios da cidade
Que sobrevive às noites feitas de sangue
Nenhum espanto
Quando o sol se põe e a paisagem
É preenchida com o símbolo da morte
Decrepitude, aversão
A cidade se torna a estupidez e a violência
Sentidas e reinventadas
Em qualquer esquina da rua
Cheia de mendigos, pivetes e marginais
Estranhos bichos
Que insistem em tornar
Desagradável e suja a vida na cidade
Solidão recomeça
O dia, vírgulas, repetições
Pretexto
As velhas sementes do preconceito
E ainda mais a fecunda estagnação
Parindo obscurantismo, provações, inveja, barbárie
E nenhuma reação
Pó , escarro, corpos suados
Sonhos descendo ladeira abaixo
E ninguém imagina um modo de ser feliz
Na infeliz cidade.