Apelo
A inocência
Daqueles que não viram o mundo
Há de ver um dia
E acabar com a poesia
Que só fala bem de tudo
Mas a tristeza
Daqueles que já viram muito
Há de ver claramente
Um futuro diferente
Que previram p’ra este mundo
Hábil é aquele que fala
Verdade fica atrás do muro
Sábio é aquele que cala
Covarde é quem permanece mudo
A violência
Que nos fere a todo instante
É fruto de hipocrisia
Maldade e covardia
Que escondemos do semblante
E a saudade
De bons tempos que vimos antes
É o movimento
Contra o desalento
Que esperamos que outros brandem
Ágio é aquilo que morre
Bondade vira um sussurro
Frágil é aquele que sofre
Cidade já não escuta mais o urro