A REVOLUÇÃO

Eu quero acreditar no que todos julgam impossível

Ver claramente, onde ninguém percebe luz

Exibir feliz o que eu puder alcançar no inacessível

E correr corajosamente onde normalmente o covarde reduz!

Quero ver um lar onde a maioria entende por inóspito

Chamar de realismo o que tantos proclamam ser idealismo

Enxergar vida onde a visão do pessimismo só contempla óbito

Fazer do mal uma abstração, tornar o bem um vício!

Eu quero ver cidadania na dinastia da exclusão

Quero ver flores saindo, quando apertarem-se os gatilhos

Quero o amor subindo ao trono, destruindo o governo da solidão

Na nação sem letras, eu quero um carnaval de livros!

Eu quero ver rios de lágrimas desaguando no oceano da esperança

Quero as celas dos presídios superlotadas de diplomas e gravatas

Quero ver adultos no banco da escola, no poder eu quero crianças

Quero nas prateleiras dos supermercados, honestidade em latas!

Eu quero ver a telenovela imitando a vida

Que Deus possa visitar com mais frequência as religiões

Que as trancas não sejam pra evitar entradas e sim um ritual de saída

Que o beijo seja a mais violenta de todas as agressões!

Já é hora de levantar a espada e dar inicio a essa guerra

Alisto-me na revolução que aos meus sonhos otimistas propus

Pois bem onde haveriam tesouros, a que o homem tanto espera;

Tudo que eu consigo ver é um túnel no fim da luz!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 16/02/2008
Reeditado em 22/01/2012
Código do texto: T862596
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