A REVOLUÇÃO
Eu quero acreditar no que todos julgam impossível
Ver claramente, onde ninguém percebe luz
Exibir feliz o que eu puder alcançar no inacessível
E correr corajosamente onde normalmente o covarde reduz!
Quero ver um lar onde a maioria entende por inóspito
Chamar de realismo o que tantos proclamam ser idealismo
Enxergar vida onde a visão do pessimismo só contempla óbito
Fazer do mal uma abstração, tornar o bem um vício!
Eu quero ver cidadania na dinastia da exclusão
Quero ver flores saindo, quando apertarem-se os gatilhos
Quero o amor subindo ao trono, destruindo o governo da solidão
Na nação sem letras, eu quero um carnaval de livros!
Eu quero ver rios de lágrimas desaguando no oceano da esperança
Quero as celas dos presídios superlotadas de diplomas e gravatas
Quero ver adultos no banco da escola, no poder eu quero crianças
Quero nas prateleiras dos supermercados, honestidade em latas!
Eu quero ver a telenovela imitando a vida
Que Deus possa visitar com mais frequência as religiões
Que as trancas não sejam pra evitar entradas e sim um ritual de saída
Que o beijo seja a mais violenta de todas as agressões!
Já é hora de levantar a espada e dar inicio a essa guerra
Alisto-me na revolução que aos meus sonhos otimistas propus
Pois bem onde haveriam tesouros, a que o homem tanto espera;
Tudo que eu consigo ver é um túnel no fim da luz!