IDENTIDADE

IDENTIDADE

Primeiro nos permitimos

Jogar de nossas gavetas

Retratos amarelados,

Velhos cartões de Natal.

Limpamos de nossos baús

Recordações pessoais

Rompendo com nossa história,

Podando nossas raízes,

Perdendo a identidade.

Já não conhecemos vizinhos,

Afastamo-nos de velhos amigos,

Desconhecemos o dono da padaria,

Trancamos as nossas janelas.

Não atendemos à porta

Nem nos olhamos nos olhos

E seguimos despercebidos

Acabando por nos envolver

Num turbilhão de indiferença,

Onde só somos reconhecidos por senhas.