Menino do Agreste

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Lá vai o menino

Lata na cabeça

Em busca de água

Pra matar a sede

Antes que anoiteça

Lá vem o menino

Com calos nos pés

poeira nos olhos

Ele olha pro céu

Vê longe a fumaça

Numa chaminé

Reza pra Deus

Pra ser de sua casa

Que ao menos tenha

mandioca assada

na brasa

E segue o menino

No dia seguinte

A fome lhe aperta

Ele mal pode andar

Mas sabe que a água

É pra sua família salvar

Em seu cruel destino

Ele jamais se rende

A fé nunca perde

Uma vela

Pra Deus acende

Pedindo chuva

Pra toda sua gente

E lá vai o menino...

(Sirlei L. Passolongo)

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