Nas calçadas, um Ser Sem Nome
Na sujeira das calçadas
Dorme um ser sem nome
E sem condição de sobreviver
Assim.. com fome, com frio!
Um ser que nasceu, que cresceu,
Que outrora não teve
E nem hoje tem um teto
Para se esconder do sol
Do vento e da chuva.
Na sujeira das calçadas
Sonha um ser sem retrato
Sem dinheiro e sem documentos,
Sem dignidade, sem reconhecimento.
Um ser que nasceu, que cresceu,
Que não se sentou em banco de escola
Para aprender as matérias
Que um dia poderiam lhe dar muita coisa,
Só não poderiam lhe dar alguma esmola!
Na sujeira das calçadas
Agoniza um pobre ser
Sem família e sem amigos
Que possam neste momento
Por ele fazer algo,
Sair em busca de socorro..
Gritar, chamar um médico
Ou alguém que possa lhe ajudar.
Tarde demais para o pobre homem
que na sujeira das calçadas
Já não agüenta mais esperar
Por quem quer que seja.
Tarde demais para aquele ser
Que morre e, assim, se despede da vida.
Gláucia Ribeiro (25.01.2008)