descaso

Vi do banco da praça

onde sentava pra ler,

homens sem nomes

embriagados sem beber.

Vi do banco da praça

onde sentava pra ver,

a alegria da vida,

hoje, a tristeza de viver.

Vi do banco da praça

onde sorria à correr,

pessoas chorando,

correndo pra não morrer.

Vi do banco da praça

onde sentava o saber,

mestres da vida,

senhores que ninguém vê.

Vi do banco da praça

o que nunca quis ver,

pessoas sem futuro,

sem respostas e sem por quês.