Réquiem para a terra
Oferto minha vida à terra que sofre
Juro lutar por ela até o fim, sem temor
Reajo à sombra da sua extinção
Que ameaça engolir tudo o que é belo
Teus rios, matas e aves lançadas ao fogo
Por um punhado de ouro, corpos inocentes
Contaminados por mercúrio, a natureza ferida
A golpes profundos, rastro de cobiça e destruição
A alegria e a trizeza se misturam
Em um lamento fúnebre que ecoa pelos tempos
Teu povo pletora, pulsante de vida,
Mas desprezível aos olhos dos opressores
De ardis em ardis, arde em brasis
A dor da perda, a chama da resistência
Ferida exposta como um lembrete da luta que não cessa
Vida que se viva, causa justa
De quem luta por um futuro mais radiante
Onde a liberdade e a igualdade sejam realidade
E a terra seja respeitada e preservada
Forjada no sangue e na peleja
Luta e na dor
Amalgo-me a essa nação
De tantos povos e modos de ser e de estar
Com toda a sua carga de fatalidade
Por um elo de esperança e vontade
De que um dia essa terra se emancipe e se liberte
De um passado que não quer ser superado