8 de março
Geramos vidas,
mas o mundo ainda nos vê
como coadjuvantes.
Andamos em silêncio
pelas ruas estreitas do impossível
e abrimos atalhos com as mãos.
Transformamos choro em voz,
ferida em força,
e fizemos do cansaço um trampolim
em direção ao amanhã.
Dissemos "não"
quando o mundo esperava "sim".
Escolhemos ser
antes de pertencer,
e ousamos existir
sem pedir licença.
Caminhamos sobre pegadas invisíveis,
sobre sonhos que não dormiram,
sobre ecos que ainda sussurram:
"vá mais longe".
Que cada passo nosso
seja um novo começo,
e que, quem sabe um dia,
nossa voz seja realmente ouvida.