Vozes Silenciadas

Na rua suja, onde o sol não entra,

Caminham rostos de quem não se vê,

As mãos calejadas que o trabalho sustenta,

E a esperança, já fraca, quer se perder.

O grito mudo dos que não têm voz,

Ecoa nas praças, nos becos, no ar,

São vidas que são só números, nós

Que olhamos e não sabemos falar.

As crianças correm, mas sem alegria,

Brincam no barro, mas o sonho é raso,

O futuro que se apaga, se esvazia,

E o presente, esmagado, não tem abraço.

Mas em cada canto, ainda resiste

A força de quem não se cala,

A luta que, aos poucos, insiste

Em transformar a dor em fala.

E se o muro da indiferença é grande,

A coragem, nos corações, se acende,

Pois um povo que se une e exige

Nunca será sombra que se entende.

Gustavo Salesse
Enviado por Gustavo Salesse em 08/03/2025
Código do texto: T8280464
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