GAIVOTAS
GAIVOTAS
As almas e os corações tocam-se
na distância dos corpos
os braços prologam
os caminhos dos desejos
Gaivotas pairam volúveis
sobre as águas calmas da baía,
do lado de lá da ilha
a águia espreita
na volúpia do borburinho da cidade.
Gaivotas pairam
irrequietas
sobre as águas limpidas da baía
Vieram
do outro lado da fronteira
atraídas pelos neos da cidade
A volúpia da cidade
seduz aos caminhos do desejo,
aos olhos quentes da noite
entre promessas de amor
Asas partidas
no vendaval da vida
quantas pisam agora
os camnhos da ilusão
Na boémia do tempo
a gaivota passa
riscando a noite
Na boémia da vida
a gaivota passa
riscando a morte
Estas gaivotas belas, suaves
sedutouras
não tem ninho
Vivem voando sem rumo
desfazendo as suas penas
na noite da amargura
Aquecendo, por momentos
leitos, ninhos devaços
enganando corações
Aí gaivota
gaivota
que perdida andas
nestes temporais da vida!...
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