GAIVOTAS

GAIVOTAS

As almas e os corações tocam-se

na distância dos corpos

os braços prologam

os caminhos dos desejos

Gaivotas pairam volúveis

sobre as águas calmas da baía,

do lado de lá da ilha

a águia espreita

na volúpia do borburinho da cidade.

Gaivotas pairam

irrequietas

sobre as águas limpidas da baía

Vieram

do outro lado da fronteira

atraídas pelos neos da cidade

A volúpia da cidade

seduz aos caminhos do desejo,

aos olhos quentes da noite

entre promessas de amor

Asas partidas

no vendaval da vida

quantas pisam agora

os camnhos da ilusão

Na boémia do tempo

a gaivota passa

riscando a noite

Na boémia da vida

a gaivota passa

riscando a morte

Estas gaivotas belas, suaves

sedutouras

não tem ninho

Vivem voando sem rumo

desfazendo as suas penas

na noite da amargura

Aquecendo, por momentos

leitos, ninhos devaços

enganando corações

Aí gaivota

gaivota

que perdida andas

nestes temporais da vida!...

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ALENTEJANO ORIENTAL
Enviado por ALENTEJANO ORIENTAL em 22/01/2008
Código do texto: T827646