ABISMO DA EXISTÊNCIA

O que é a dor, senão o encontro do corpo com a alma?

Seriam as dores, físicas e emocionais, irmãs no mesmo dilema?

Por que o sofrimento, essa penúria que nos consome,

E as alegrias, efêmeras, que logo se desvanecem na fome?

Por que a vida, árdua e implacável, nos desafia sem parar?

Talvez eu morra sem resposta, na busca incessante de encontrar,

O sentido que se esconde entre o sofrimento e a busca,

E que em cada passo, mais se torna uma dúvida.

Essas questões surgem ao romper com a alienação do dia a dia,

Quando, por breves momentos, me perco na vastidão da dúvida, vazia.

Qual razão tece a existência, se ela é algo inefável?

O que temos, na verdade, é o presente, fugaz e inevitável.

Anseio ouvir o oceano em minha mente, calmo e profundo,

Sem palavras, sem ruídos, apenas o sussurro do mundo,

Um eco distante, onde o eterno se faz presente,

E o silêncio, em sua paz, nos preenche suavemente.

Desejo o relâmpago de um amor desinteressado, puro e incondicional,

Sem as distorções do mundo, sem o toque da intervenção alheia.

Almejo que minha alma se reerga das sombras do esquecimento,

Livre de cair novamente no abismo da angústia existencial.

Anseio uma vida plena, tecida de alegria e compaixão,

Em um mundo marcado pela ausência de razão.

Quero viver o agora, sem o peso do passado,

Sem os medos do futuro, apenas no presente, almejado.

Desejo a serenidade de um hoje sem correntes,

Livre do ontem e do amanhã, sem pensamentos persistentes.

Com a alma leve, sem pesos, submersa na quietude,

Encontro no silêncio a cura, a paz e a liberdade em magnitude.

Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 14/02/2025
Reeditado em 15/02/2025
Código do texto: T8264691
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