A dança poética
A Dança Poética
A dança que embala minha alma num piscar de olho,
num gingado fino, de pés firmes ao solo,
mexendo o corpo!
Mexendo o corpo!
Combinando versos e poesias num todo,
canções que arrepiam a alma e causam alvoroço.
Combina o semba e o jazz numa sintonia única,
sensação mais satisfatória e pura,
nem a marimba, nem a cazucuta,
estão à altura;
me possui de tal modo que me tortura,
me alivia com seu ritmo tradicional e nato das ruas.
É nostálgico o envolvimento puro e confidente,
quando a mente transmite tudo ao físico e o corpo sente,
entre a luta do prazer e vaidade, nos passos fixos ao solo
de modo persistente,
numa harmonia constante e presente,
ao que o mal-estar e a tristeza estão ausentes.
Seria eu, falsa, se não embalasse ao som da guitarra
lírica e eloquente,
que só sente quem é sábio e transparente,
que cada passo dado é coerente
e de modo reverente,
exibo à dança e à literatura, juntas numa união diferente.
Ouvindo o tique-taque no solo, que transmite os meus
pés descalços,
na harmonia rítmica em cada troca de passos,
embalando, movendo o tronco e consequentemente os
braços, seria tu a mais sedutora dentre os gingados.