SEM STATUS
Homem, carne viva e andante,
De mãos assustadoras,
Das efígies mal cicatrizadas,
Nas margens da elite.
Expurgado e sem fontes,
De evolução social ignóbil,
Alguém de corpo e espírito,
Homine criado por Deus.
És tu! Ó salafrário,
De pernas trêmulas,
E de mãos suspensas,
Abjeto de planos sociais.
Mendigando o pão da fome,
Nos becos, nas esquinas,
Nas lojas, praças e avenidas,
Nos bares e restaurantes.
Ó infeliz, eu te conheço,
És um ser humano,
Dotado de dualismo,
Filho do grande Brasil.
País rico em alimentos,
De 8.511.956 km2,
És pó da politicagem,
Dos homens do governo.
Qual a tua origem social?
Pobre sem sociedade,
Sem família e sem habitat,
Lutando por um pedaço de terra.
Sem emprego e infausto,
Procurando o pão nosso,
Vivendo de migalhas,
Doente e às vezes aleijado.
(D.R.A)