Rês solitária

Tiro do bolso um maço de gente

Que o tempo insolente desvalorizou

Moeda de troca vagando sem dente

Rês solitária que o sol indecente esturricou

Uma fila se faz rumo ao fundo do poço

Não sei pra que o alvoroço

Meu lugar já cedi

Prefiro aguardar nas beiradas da vida

De braços abertos vaidade despida

Por você que nem ri

Cerrarei no final esse olhar tão profano

O meu lábio vitoriano

Enroscado ao seu

Nas sendas infindas distante de casa

Caminhos de pedra ferretes em brasa

O mau nos venceu

Sandraiky
Enviado por Sandraiky em 18/12/2024
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