HOMEM DE RUA
Quem se importa com meu nome
Se não tenho sobrenome
De família abastada?
Do que importa minha fala
Se não há ninguém na sala
Só cadeiras desoladas?
Posso gritar à vontade
Seja manhã, noite ou tarde
Ninguém vem me consolar.
Até mesmo meu amor
Que sempre amar me jurou
Resolveu me abandonar.
Sou um pobre moribundo
Andarilho pelo mundo
Me chamam de “Zé Ninguém”.
Cadavérico e com fome
Se perguntarem meu nome
Eu já esqueci também.
JOEL MARINHO