No ritmo da pele, das letras e do coração
Nas veias do tempo, o tambor ressoa
as memórias que a mente não apaga.
Castro Alves clamou, voz que se entoa,
a liberdade ferve, o sangue se alarga...
Conceição Evaristo nos 'Olhos d'água',
dores caladas, história esquecida.
Na pele, nas ruas, a negra poesia,
resgata o clamor das vidas partidas.
'O Batuque', Bruno de Menezes cantou,
no pulsar das lutas, o fervor-raiz;
do Pará ao Brasil, seus versos ritmou,
Ecoando a força da sua matriz.
'Os tambores de São Luís' batem forte,
Montello revela o que pulsa na pele:
a herança no povo, sua gana, sua arte,
no ritmo ancestral que a alma compele.
Consciência negra, chama que arde,
memória, cultura, raizes jucundas;
É luta, é orgulho, vida e dignidade,
histórias imensas de forças e lutas.