coca cola
As ilustrações coloridas da cidade
Atraem meus instintos
Fazendo-me seguir caminhos
De asfalto falso.
Tantos corpos amordaçados e vendados
Caminham aflitos
Por essa mesma estrada
Tentando encontrar o pôr-do-sol.
E não se saciam,
Engolem etiquetas tragadas sem prazer,
Mastigam propagandas insípidas
Até gelarem o sangue e
Viverem os programas
Digitados pelo consumo.
Quase embriagado mal consigo ler
As notícias dos jornais,
Pois minhas lágrimas mancham de sangue
O que vejo.
Essa dor dilacera a alma,
Drogando a mente.
Invade o ser deformando as estruturas,
Arrancando os princípios camuflados no tempo,
Enraizado no pulsar do peito.
Comercializar a vida
É como beber coca-cola na esquina,
Não precisar calcular o preço,
Apenas satisfaz o desejo desperto
Por excitantes anúncios de T.V.