coca cola

As ilustrações coloridas da cidade

Atraem meus instintos

Fazendo-me seguir caminhos

De asfalto falso.

Tantos corpos amordaçados e vendados

Caminham aflitos

Por essa mesma estrada

Tentando encontrar o pôr-do-sol.

E não se saciam,

Engolem etiquetas tragadas sem prazer,

Mastigam propagandas insípidas

Até gelarem o sangue e

Viverem os programas

Digitados pelo consumo.

Quase embriagado mal consigo ler

As notícias dos jornais,

Pois minhas lágrimas mancham de sangue

O que vejo.

Essa dor dilacera a alma,

Drogando a mente.

Invade o ser deformando as estruturas,

Arrancando os princípios camuflados no tempo,

Enraizado no pulsar do peito.

Comercializar a vida

É como beber coca-cola na esquina,

Não precisar calcular o preço,

Apenas satisfaz o desejo desperto

Por excitantes anúncios de T.V.

Altair Lisboa
Enviado por Altair Lisboa em 24/11/2024
Código do texto: T8204684
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.