A janela dos olhos
Ao abrir a janela,
Parei a observar
Com os olhos abertos
Neguei-me a enxergar,
Nas ruas, esquinas e trilhas!
Indivíduos a vagar,
Vazios pela vida
Sem nada a alcançar.
Perdidos em um mundo!
Confusos sem um rumo!
Nas praias, calçadas e avenidas!
Inativos, esquecidos
Em suas idas e vindas
Nunca encontram abrigo.
Nos bares, mares e lares!
Muitos sem chão,
Soltos nos ares
Seguem as ondas
Modas, insônias
Suposta diversão!
Em um clima incolor!
Um repentino pavor:
Na incerteza exposta
Não encontrar resposta!
Ao fechar a janela!
Ao fechar os olhos,
Já havia enxergado
Um real, mundo revirado!
Um planeta em destroços
Ossos dos poderosos
Riquezas enterradas
Pessoas mal amadas,
O que eu queria se escondia!
Olhei e procurei!
Abri e não vi!