Monólogo sem plateia

Ninguém percebe a sina aventureira de um trabalhador comum

Tantos desafios em pêndulo para resolver

Sua vida sendo resolvida pelos homens do poder

Que nada têm a ver com o mundo real

Mundo onde as decisões governamentais não chegam

Quando são lembradas causam risos e náuseas

Na dança pelo arroz e feijão

O palco é um velório coletivo da massa trabalhadora

Moemos nosssa existência

Galgamos uma subsistência menos árida

E os governos...

São cada vez mais apátridos

Cada vez mais rasteiros

Monólogo sem platéia

Uma verdadeira geléia geral

Ao menos uma vez por ano

Dançamos o carnaval

Festa de quebra na ordem

Onde o patrão se veste de mendigo milionário

E o empregado se faz de rei sem nenhum centavo

Triste e heróica é a vida do trabalhador brasileiro

Vive sonhando com a vida futura

Cada vez mais perto da sepultura

E os meninos já sentem a verdade nua e crua dos discursos eleitorais vazios

Discursos que não fizeram nada acontecer

Tempo de reformas no congresso

Mudanças feitas para o escravo pós moderno

Decididas por quem ganha acima do teto

Trabalhos dignos

Análogos à escravidão

Vão sendo triturados pela verdade liberal

Sindicatos no chão das fábricas

De joelhos, com a cuia na mão

Superavit econômico nas mãos dos patrões do país

Dívidas repartidas

Marxismo das onerações do progresso

O pão de cada dia

Virou o pão que o diabo amassou

Dívidas no banco

E na venda da esquina

Dia do aluguel

Conta de luz

Salário de fome

Bom dia, você está atrasado

Mais um dia começou

Marcos Frank
Enviado por Marcos Frank em 08/11/2024
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