O ALIENADO

Alguém está assentado embaixo do sol

consumindo-se na sombra d'um céu frio;

um bife mal passado num prato raso

um cachimbo, uma pedra e um revolver.

Um acre é a área de um retângulo;

Um corpo magro, com rugas profundas

um coração frustrado e dolorido jaz

uma desesperança sem fim permanece.

A linha d'um círculo são dois lados opostos

e um quadrado, será sempre um quadrado;

uma ausência completa de humanidade

uma fábrica cruel de lavagem cerebral.

Terra sobre terra, uma cova aberta

tal e qual o último lar de quem morre.

Um abraço enfim, em carne e sangue, frios:

Jaz ali um alienado que nunca viveu limites!

NivaldoRibeiro
Enviado por NivaldoRibeiro em 31/10/2024
Reeditado em 31/10/2024
Código do texto: T8185973
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