Memórias de uma xícara sem asa
De todas, o café
É a única bebida que me sabe ler
E que, em idiomas, pode ele me entender
O café é o axioma da existência
E o é por consciência, aptidão
Não por consideração
Mas eu mesma, como xícara, não entendo o café
Como pode ser tão bom
Sendo filho de quem é
E lá se vai a luz do dia e a xícara, vazia:
— Chá preto também é bom e tem poesia,
mas que se lasque!
MARCANTE, Alexandre.
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