Gente de Rua

Onde os olhos enxergam…

Mas o coração não sente!

Há um vazio…

Na alma dessa gente!

Seu semblante áspero

Translúcido sem esperança...

Por longas madrugadas

O vazio n'alma flagela.

Possibilidade restrita

Dilacera seu pensar!

O sereno estala os ossos

Na frieza da calçada.

Só o amigo cão

E seu olhar acabrunhado

Se ajeita no pequeno espaço

Aquece um pouco a alma!

Seus olhos encharcados

Faz o homem sentir na pele, calado!

E ouvindo sem palavras

Seu discurso emudece

De tanta dor o mundo esqueci.

Ernane Bernardo
Enviado por Ernane Bernardo em 14/10/2024
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