CICLO VICIOSO

A tarde escorre lentamente

Sem perturbar sono

Dos gatos, dos gatunos

O trabalhador, em bicas

Esfola as mãos

Sob o sol torturador

A tarde vem sorrateira

Parindo a noite

Dos bêbados inveterados

A madrugada em cumplicidade

Com os amantes depravados

Abafa as dores, os gemidos

A manhã escancara

Os acordos ocorridos

Em mais um dia de cão

Mais uma tarde acalenta

O sono do poder

Mas não sou eu, nem você.

Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 11/10/2024
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