Na calçada da fome

Alguma vez você já pensou em deixar

As suas mãos lá na calçada da fome

Ainda que sem ter que se preocupar

Que lá ninguém irá pedir o seu nome

Um ajudando ao outro sem o intuito

De ter os seus quinze minutos de fama

Não que eu tenha nada contra, em absoluto;

Pois cada um faz e desfaz sua cama

Mas o que me toca mesmo é o espanto

Quando vimos estrelas caídas pelas calçadas

Todas chamuscadas, sem o mesmo encanto;

Das que invadem sempre as nossas moradas

Pois só aparecem uma vez a cada ano

Se intitulando porta-vozes da razão

Como se fossem todas elas arcanjos

Sem dar o nome e escondendo as mãos

E a incoerência junta-se `a demagogia

Penso que elas querem que a gente se exploda

Cada um que cuide da sua cruz de todo dia

Pois gira o mundo aos pés de quem se locomova

Já que não se misturam nunca aos anônimos

Como se vivessem em outra constelação

A não ser quando viramos todos Reis Momos

Bobos da Corte...E viva a Televisão!

E por que será que eles não querem deixar

As suas mãos lá na calçada da fome

Será porque lá eles não irão ver brilhar

Em luz néon todo o glamour de seus nomes

Será?

Por que será?

petronio paes frança
Enviado por petronio paes frança em 14/01/2008
Reeditado em 14/01/2008
Código do texto: T817119