Morador de Rua

Sob o céu aberto,

Caminha o homem de roupas rasgadas,

Carregando no olhar histórias

Que o vento leva, mas não apaga.

Seu corpo cansado se curva

Ao peso de dias que não contam,

Vidas que se cruzam sem olhar,

Sem perguntar o nome, sem oferecer.

O asfalto é seu lar,

Mas as estrelas, seu consolo.

Entre calçadas frias,

Encontra abrigo no silêncio da noite.

Na mão estendida,

Não há apenas fome,

Mas o desejo de ser visto,

De existir além do esquecimento.

Ele observa o mundo apressado,

Que o ignora como poeira na esquina,

Enquanto em sua mente,

Floresce uma liberdade sem dono.

Cada passo seu é uma dança

Com o invisível

Uma poesia sem verso,

Uma vida sem molde.

E ao amanhecer,

Quando a cidade desperta,

Ele continua sua jornada,

Sempre à procura de um

Novo horizonte.

João Paulo Leal
Enviado por João Paulo Leal em 11/10/2024
Código do texto: T8171109
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.