Morador de Rua
Sob o céu aberto,
Caminha o homem de roupas rasgadas,
Carregando no olhar histórias
Que o vento leva, mas não apaga.
Seu corpo cansado se curva
Ao peso de dias que não contam,
Vidas que se cruzam sem olhar,
Sem perguntar o nome, sem oferecer.
O asfalto é seu lar,
Mas as estrelas, seu consolo.
Entre calçadas frias,
Encontra abrigo no silêncio da noite.
Na mão estendida,
Não há apenas fome,
Mas o desejo de ser visto,
De existir além do esquecimento.
Ele observa o mundo apressado,
Que o ignora como poeira na esquina,
Enquanto em sua mente,
Floresce uma liberdade sem dono.
Cada passo seu é uma dança
Com o invisível
Uma poesia sem verso,
Uma vida sem molde.
E ao amanhecer,
Quando a cidade desperta,
Ele continua sua jornada,
Sempre à procura de um
Novo horizonte.