Povo mestiço e preto
Pela elite é repreendido
Tem a cultura invalidada
E a presença ameaçada:
Agora, é tudo bandido!
Estou no arremedo
E não aceito ser preto!
Agora embranquecido
Quero me livrar do medo
E, quem sabe, até ficar rico!
O povo violentado
Até a alma quer branquear
Pra ter seu feito representado
Sai do terreiro e vai pro altar.
Toca órgão, toca tambor
Não importa sua dor
Todos giram ao tom
Do ancestral de sua cor
Estou no arremedo
E não aceito ser preto!
Agora embranquecido
Quero me livrar do medo
E, quem sabe, até ficar rico!
O movimento grita:
Valorize sua raiz!
Cadê os valores, negros?
Se registre no alcaiz!
Reumanize-se já!
Não negue sua cor
Tolere a outra dor
Mas se junte para cá.