Povo mestiço e preto

Pela elite é repreendido

Tem a cultura invalidada

E a presença ameaçada:

Agora, é tudo bandido!

 

Estou no arremedo

E não aceito ser preto!

Agora embranquecido

Quero me livrar do medo

E, quem sabe, até ficar rico!

 

O povo violentado

Até a alma quer branquear

Pra ter seu feito representado

Sai do terreiro e vai pro altar.

 

Toca órgão, toca tambor

Não importa sua dor

Todos giram ao tom

Do ancestral de sua cor

 

Estou no arremedo

E não aceito ser preto!

Agora embranquecido

Quero me livrar do medo

E, quem sabe, até ficar rico!

 

O movimento grita:

Valorize sua raiz!

Cadê os valores, negros?

Se registre no alcaiz!

 

Reumanize-se já!

Não negue sua cor

Tolere a outra dor

Mas se junte para cá. 

 

Marília Francisco
Enviado por Marília Francisco em 09/10/2024
Código do texto: T8169506
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