MAL EDUCADO
Sinto falta daquele tempo
que me viu nascer.
Que me ensinou tanta coisa
que eu não posso esquecer.
Minha maneira polida,
o meu jeito educado de ser.
No cumprimento matinal,
no “bom dia” fraternal,
“boa noite”, “obrigada”,
“boa tarde”, “por favor”...
Por onde anda a gentileza,
o encanto e a nobreza
do “sim senhora” do “não senhor”.
O “com licença”, não mais existe...
Como isso me deixa triste,
Como essa vida mudou!
O “me desculpe”, com certeza
ninguém lembra que existiu.
Acabou toda a beleza,
a sutil delicadeza
daquele tempo pueril.
Nos olhos, não se olham mais,
ninguém anda de mãos dadas
e o antigo namoro, acabou.
Hoje, ninguém é capaz
de viver sonhando acordado,
E todo aquele passado, sumiu, evaporou...
Acho que em nenhum momento,
vejo qualquer sentimento
que tire de mim essa solidão.
Ao ver jogado no vento,
ao relento, esquecido,
o verdadeiro sentido
da palavra educação.