MAL EDUCADO

Sinto falta daquele tempo

que me viu nascer.

Que me ensinou tanta coisa

que eu não posso esquecer.

Minha maneira polida,

o meu jeito educado de ser.

No cumprimento matinal,

no “bom dia” fraternal,

“boa noite”, “obrigada”,

“boa tarde”, “por favor”...

Por onde anda a gentileza,

o encanto e a nobreza

do “sim senhora” do “não senhor”.

O “com licença”, não mais existe...

Como isso me deixa triste,

Como essa vida mudou!

O “me desculpe”, com certeza

ninguém lembra que existiu.

Acabou toda a beleza,

a sutil delicadeza

daquele tempo pueril.

Nos olhos, não se olham mais,

ninguém anda de mãos dadas

e o antigo namoro, acabou.

Hoje, ninguém é capaz

de viver sonhando acordado,

E todo aquele passado, sumiu, evaporou...

Acho que em nenhum momento,

vejo qualquer sentimento

que tire de mim essa solidão.

Ao ver jogado no vento,

ao relento, esquecido,

o verdadeiro sentido

da palavra educação.

Leninha Moura
Enviado por Leninha Moura em 25/09/2024
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