O capital

A capital não me encanta

Com seus arranha-céus impotentes,

Seu fluxo de gente indolente,

Sua essência pela urgência do futuro.

A capital me é estranha

Em sua trama de trânsito de corpos, de vidas,

No seu incessante pulsar

Nem sempre percebida.

A capital tem sua beleza,

Suas aventuras,

Seus mistérios,

Seu jeito controverso de expulsar o tédio.

A capital é animalesca,

Impiedosa, confusa e grotesca,

Uma verdadeira armadilha de vespas,

Construídas no clamor da liberdade.