SUA AGUA SUJA
agua na boca
agua na toca
agua na loca
agua na coca
para beber
para cozinhar
para banhar
para sanitarias
a industria a usa para os mesmos fins
agua com afeto
na guarita fetal
nos tecidos do corpo
ilhando todos os continentes
engatinhando da agua
os orgaos primevos
ate’as notas de Handel
alcançam formas e decoram fontes
parques, cidades e jardins
sujamos a agua para os nossos fins
pingo de agua no broto da pedra
vira regato pro rio que enche o mar
beijo de sol no topo da onda medra
o halito de agua que forma nuvem no ar
estamos sujando a agua nos naturais fins
o que faremos do Rio Paraibuna ?
que outro destino tera’ o Mekong?
e o Jordao estraçalhado pela politica da crença ?
qual cor que sobrara’ para o Danubio ?
a agua tem passado por nos e perdido seus fins
do todo da agua existente
para o bem dos bichos vivos
somente um por cento e’ presente
de agua fresca nos arquivos
nossos dejetos estorvam a agua nos confins
a agua lava
lava tudo
so’ nao lava
a sujeira da gente
se voce nao considera este meu poema
assim como nem pensa mais em Maiakovisky
eis aqui a minha pena
pode escrever voce mesmo e risque
a consciencia
que tao pouco antena
pela propria sobrevivencia
Genin