SUA AGUA SUJA

agua na boca

agua na toca

agua na loca

agua na coca

para beber

para cozinhar

para banhar

para sanitarias

a industria a usa para os mesmos fins

agua com afeto

na guarita fetal

nos tecidos do corpo

ilhando todos os continentes

engatinhando da agua

os orgaos primevos

ate’as notas de Handel

alcançam formas e decoram fontes

parques, cidades e jardins

sujamos a agua para os nossos fins

pingo de agua no broto da pedra

vira regato pro rio que enche o mar

beijo de sol no topo da onda medra

o halito de agua que forma nuvem no ar

estamos sujando a agua nos naturais fins

o que faremos do Rio Paraibuna ?

que outro destino tera’ o Mekong?

e o Jordao estraçalhado pela politica da crença ?

qual cor que sobrara’ para o Danubio ?

a agua tem passado por nos e perdido seus fins

do todo da agua existente

para o bem dos bichos vivos

somente um por cento e’ presente

de agua fresca nos arquivos

nossos dejetos estorvam a agua nos confins

a agua lava

lava tudo

so’ nao lava

a sujeira da gente

se voce nao considera este meu poema

assim como nem pensa mais em Maiakovisky

eis aqui a minha pena

pode escrever voce mesmo e risque

a consciencia

que tao pouco antena

pela propria sobrevivencia

Genin

Eugenio Malta
Enviado por Eugenio Malta em 13/01/2008
Reeditado em 17/01/2008
Código do texto: T815246