CATULO

CATULO

Dizia Drummond,

em versos,

que precisava de um amigo

que lesse Catulo.

Não preciso de tanto:

preciso de amigos

que ouçam Chico ou Milton

- mil tons -,

e leiam Camões em Pessoa;

que falem como dois olhos

ao coração do povo

com a linguagem coloquial,

sem a arrogância

dos que se dizem poetas

e nada dizem.

Sofisticado e controverso,

Catulo, eterno,

se encaixaria ao moderno

daquele momento

em que a poesia – natural -,

não mais formal,

ganhava forma,

e, liberta da norma,

abria as portas

derrubando velhas escolhas

e velhas escolas.

Nelson Marzullo Tangerini.

Nelson Marzullo Tangerini
Enviado por Nelson Marzullo Tangerini em 12/09/2024
Código do texto: T8150312
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