Desculpa Baco Exu!

Desculpa Baco Exu,

Queria ser você…

Rico? Só não quero ser tão pobre,

Que não me falte e ainda sobre…

Pra ajudar meu irmão com uma casa

Tô muito tempo nessa,não se afobe?

Eles entram pra lista da Forbes…

Eu na de inadimplentes, SPC,Serasa

MC frustrado, como não ser?

Observo o pequenino Basset…

Se crescer, e levar fama de rottweiler

Não é extremo o meu senso crítico,

Gosto de doce mas com toque cítrico

Dá pra revolucionar e animar o baile.

Não escreve com capricho,

Seria luxo chamar de lixo…

O que o relaxado na folha garrancha.

Veja como a gente discrepa,

Meu vocábulo áspero encrespa…

O dele faz massagem passa prancha

Parece jingle do refrigerante Dolly,

Não amole, com essa conversa mole

Pra ganhar pico de audiência.

Minha língua de mármore murmura,

Não, essas palavras não são duras...

As suas que sofrem de impotência.

Não fez a pole mas lidera o grid,

Vejo daqui de trás como progride…

O cão correndo atrás do próprio rabo

Quem diferencia gavião de ganso?

A plateia grita alto que os mansos…

São entre todos os mais brabos.

Sou a palavra que não combina,

Valso avulso nesse ramo como a rima

Que o destino nem imagina, não faz.

Sou uma inédita do Pac perdida,

Ou uma do B.I.G que nunca foi parida.

O grito que no fundo da garganta jaz.

Fiz tudo o que estava ao alcance

Mas nunca, nunca tive uma chance

É, umazinha sequer.

Vivem dizendo que querer é poder,

Então se é assim eu devo crer…

Que quem não pode não quer?

Nenhuma caneta trabalha tanto,

Esparge sangue, suor, pranto...

E não sei mais quanto de tinta.

Quebram pretos, pratos, protocolos

A oportunidade já não cai no colo,

É Kamau já passei muito dos trinta!

Átomo Pseudopoeta
Enviado por Átomo Pseudopoeta em 05/09/2024
Código do texto: T8144886
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