Romeu e Julieta "de" George Orwell.

Éramos jovens, corações a bater,

Nosso encontro fora quase sem querer,

Mas as sombras nos cercam, não se pode esconder,

Duas famílias cujo o orgulho não podem ceder.

Cada olhar, um segredo se revela,

Num pântano onde o amor é uma mazela,

Ocultando sonhos, deixamos pra trás,

Entre vertentes ano-luz de qualquer paz.

Entre dois mundos, ardendo em fogo,

Nossas almas presas no mesmo jogo,

Para as correntes quebrar, viver o amor,

Nestas palavras de dor e clamor.

O prisma de seu feitor, teimosia que não dá ré,

A não querença do nossa flama, movida pela fé,

Tamanha vaidade que tentam guardar,

Entre escuras alamedas a noite não cessará.

Acharemos um canto onde podemos ser,

Livres das algemas, do medo, do ter,

Mas mesmo assim, tentarão nos separar

Num mundo deste onde não podemos amar.

Se a verdade fosse um almejo por aqui,

A veneração mudaria no porvir,

Será que temeriam o que poderíamos ser?

Resistiriam ou apoiariam um novo viver?

Aguardo o dia que vamos afrontar

Além do medo, além do julgar,

Até lá, em segredo, vamos sonhar,

Entre dois mundos, sem nos separar.

Bruno da Silva
Enviado por Bruno da Silva em 26/08/2024
Reeditado em 26/08/2024
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