Romeu e Julieta "de" George Orwell.
Éramos jovens, corações a bater,
Nosso encontro fora quase sem querer,
Mas as sombras nos cercam, não se pode esconder,
Duas famílias cujo o orgulho não podem ceder.
Cada olhar, um segredo se revela,
Num pântano onde o amor é uma mazela,
Ocultando sonhos, deixamos pra trás,
Entre vertentes ano-luz de qualquer paz.
Entre dois mundos, ardendo em fogo,
Nossas almas presas no mesmo jogo,
Para as correntes quebrar, viver o amor,
Nestas palavras de dor e clamor.
O prisma de seu feitor, teimosia que não dá ré,
A não querença do nossa flama, movida pela fé,
Tamanha vaidade que tentam guardar,
Entre escuras alamedas a noite não cessará.
Acharemos um canto onde podemos ser,
Livres das algemas, do medo, do ter,
Mas mesmo assim, tentarão nos separar
Num mundo deste onde não podemos amar.
Se a verdade fosse um almejo por aqui,
A veneração mudaria no porvir,
Será que temeriam o que poderíamos ser?
Resistiriam ou apoiariam um novo viver?
Aguardo o dia que vamos afrontar
Além do medo, além do julgar,
Até lá, em segredo, vamos sonhar,
Entre dois mundos, sem nos separar.