A FORÇA DO NORTE
Veio de longe, aquele menino um dia
Deixando prá trás tudo lá no Norte
Esqueceu sua infância, perdeu a alegria
Quando veio pro Sul, tentar sua sorte.
Criança ainda, sozinho se viu.
E assim começou uma luta de morte.
Uma dor lancinante no peito sentiu.
Ao lembrar a família que deixou lá no Norte.
Nos dias que passou viajando pro Sul,
Esperava, quem sabe, um trabalho achar.
Chegou à cidade, com um céu tão azul
E com pouco dinheiro para se sustentar.
Beleza não serve para aquele menino...
O que ele precisa para sobreviver
É um lugar prá ficar, que pode ser pequenino
E um trabalho digno que lhe dê o que comer.
Que vida ingrata, que vida sofrida
Que o pessoal lá do Norte, encontra aqui.
Trabalha sem folga nesta dura lida
Lutando contra a morte, sem deixar de sorrir.
São guerreiros, trabalhadores tão bravos.
Esses irmãos que no Norte nasceram.
Tem nos braços a força dos escravos
E espalham aqui, o amor que lá aprenderam.