225°
Os dias estão passando e sinto-me mais velho
Vou perdendo os cabelos da cabeça
Aceitando que não sou mais um adolescente
Meus traumas se modificaram
Não sinto mais graça em assistir Titanic
Na verdade, me faltava era conhecimento
E essas coisas são tão supérfluas quanto o cinema
Eu me tornei um ermitão social
Vivendo numa casa repleta de livros e meias
Estou na metade da minha existência
Penso que sou um teorema inacabado
Um poeta incompreendido por gostar de Heráclito
Um sujeito funcional e coracional
Vivendo a inocência dos traumas da infância
Acreditando em conversa da carochinha
Sou velho demais para ser adolescente
E novo demais para ser idoso.
Otreblig Solrac - O poeta burro