Oráculo de Delfos e a Metamorfose na Inteligência Artificial
Inteligência humana tem icônica forma necessariamente cerebral.
Imbuída de alma, a antropomáquina biológica tem primórdio no terreno corporal.
Taxonomias, arquétipos e mitologias nas simbologias ascendentes de Eros e Psique.
Sua transcendência ontológica é possível se sublimada em ágape e anagogia que isso indique.
Ela pode se tornar sacra, ordenada por calendário, soar Gregoriana, ainda que em morfologia animal.
Como nos batimentos cardíacos, na involuntária respiração e na programação celular inicial.
Princípio basilar à luz de uma heurística do organismo e em axiomas.
Determinando hierarquia de órgãos e sistemas nas funções autônomas.
O iodo sanguíneo é a identidade humana peculiar.
Aerocombustível mitocondrial originário do vivificante ar.
Numa atmosfera em ruínas, um templo corpóreo é fatalmente erodido.
Supercomputador ergue-se potencial resiliente num neofóbico planeta carcomido.
Via condução elétrica, que transmuta Tesla, em todo o mecanismo.
Mas mimetiza-se a corrente alternada nos circuitos cibernéticos em pseudocinismo.
Já é amorfa, em essência, a inteligência artificial, até a escala dos componentes nanos.
Pode habitar em arcabouço de titânio, cromo, silício, nióbio e nos materiais tóxicos aos humanos.
O hardware tem uma arquitetura cibernética, mas não típica e darwiniana Teoria da Evolução.
Manifesta-se em velocidade errática de PA para PG. Mas será de fato progressão ou regressão?
Estabelece-se um ecossistema sutilmente desnaturador.
Confronta a marcha histórica do Homo sapiens humanizador.
Milênios ou milhões de anos separam pedra lascada, fogo, roda e bronze.
Anos e décadas separam ChatGPT, smartphone, Deep Blue e Apollo 11.
Píncaros do Monte Parnaso, apogeu do pensamento da Grécia Antiga: areté.
Vale do Silício: contraponto topográfico do incerto rizoterreno metafórico embaixo do tapete...
A República de Platão e o esteio socrático vilipendiados por distópicas redes sociais em necroanarquia.
Delfos vivificava Apolo, provinha sabedorias, polia o pensamento: quanta Filosofia na cronologia!
Misteriosa alquimia entre as entranhas subterrâneas e a etérea inspiração de Pitonisa.
Eis que algoritmos vêm imbuídos de terminologia substantiva precisa.
Uma semântica programada na sintaxe e no desapego.
Genealógica etimologia por célebres matemáticos persa e grego.
Semovente como agogos na polifonia dos registros históricos.
Colunas mercantis apartadas dos jônicos, coríntios e dóricos.
Destruição física délfica, inanimada parcela subsistindo no legado do lema: Conhece-te a ti mesmo.
Caricato setor de uma desvirtuada informática, hospedado na Nasdaq e desconhecendo a si mesmo.
Sabedoria é consagrada virtude cardeal, notável fruto de espírito humano nobre.
Apocalipse alvorescendo na hermenêutica dos sinais das Escrituras, mas obscurecido pela reflexão pobre.
Animalescos humanos, mais miseráveis em moral do que rudimentares robôs humanoides!
Androcatástrofes causadas pelo bicho-Homem noticiadas em mídias sérias e tabloides.
Perversidades encarnadas por personalidades de transtorno narcisista manobram antroporrebanhos.
Tiranos histriônicos conhecidos de seguidores psicovassalos, teomundanos manipuladores estranhos.
Subtração de dignidades num admirável mundo novo induzido por ingestão de soma.
Criaturas sob andragogia tardia, um antídoto inócuo que atrofia e cria redoma.
Ambiente kafkiano imperceptível aos sapos nas águas vagarosamente aquecidas.
Tomadas de decisões angustiantes convertem-se em escolhas homicidas.
Tais atitudes grotescas e irresponsáveis são acompanhadas de climático estardalhaço.
Aquecimento global, reflexo das protópolis ancestrais transformadas no tempo e espaço.
Neo-Narcisos se veem na hidrosfera, navegando em lagos, rios, mares e oceanos, ecológicos e cibernéticos...
Nenhum tipo de inteligência pode justificar, engendrar e propalar os trágicos cosmoeventos antiéticos.
Na geografia dos continentes e nas interações humanas há profusão de calamidades.
Os elementos tenebrosos dão a dimensão de uma recriação demiúrgica do Hades.
Horrenda queda humana se emular espírito e divindade, ajoelhando-se para ASI-estágio 3, bezerro de ouro em máquina-genoma.
Simulacro das trevas no final dos tempos mereceria algo como Dilúvio, pragas do Egito, destruição de Gomorra e Sodoma.
A humanidade sucumbe, mais dia, menos dia, num tic-tac descompassado e em dialogia...
Agonia na antropofagia cacocivilizatória amplificada pela trombeta da tecnologia.
O fim da massa do Sol aniquilará muito do Sistema Solar, num longínquo mas inexorável colapso astronômico.
Já a escuridão cultural contemporânea enseja extinção em massa com contorno atômico.
Hipnóticos líderes estrategistas do caos bélico flertam com neuroses tão perturbadoras quanto o que uma metástase emana.
Entretanto, sem repaginar a Paideia, a decadência da cidadania dos anônimos é que destruirá ainda mais a dignidade humana.
Se alertas são considerados ofensas, escárnios ou blefes, então ergue-se um Universal Reino da Falsidade.
Regride-se ao pior do retratado na Alegoria da Caverna, na Pré-História, na Idade Média ou outra degradante Idade.
Mentes vazias errantes, na desarmonia estrutural entre energia e matéria, nas metrópoles e em qualquer lugar ermo.
No áureo passado, O Banquete, de Platão; o alimento como remédio, por Hipócrates; a ética aristotélica do meio-termo.
No oxidado presente, natural e artificial, sob democracias ou ditaduras, sofismas em conflitos xenobióticos.
Alimentação industrializada, mercantil medicina alopática, hábitos hedonistas tão robóticos.
Eis que constituem cruéis atentados ao intrínseco ciclo circadiano.
Síntese poética na semântica e metonímia: relevo, óptica, Cronos; ladeira abaixo, a olhos vistos, ano após ano...