RETINTA

Andrade Jorge

Essa negritude linda

Não é cor, é poesia

Negra retinta, infinda

Equilíbrio e harmonia.

No balanço gracioso

E requebro transparente

Perco o juízo ansioso

Num desejo ardente.

Essa pele intensa

Incandesce a noite e dia, escandaliza

Volatiza fluidos do turíbulo, e me incensa

És magia e mistério negra pitonisa.

20/04/2021