Prole da Vida
Haverá um tempo que passaremos a ser expectadores de nós mesmos,
E aspiraremos a essência do que fomos noutro dia.
A presença traz momentos sem desvelo
Pela ordem cedo ou tarde concebida.
E a alma, instransponível e vigorosa,
Atinge o ápice da ventura e impavidez,
Quando a tez deixa marcas rancorosas
Das inóspitas carniças dos reféns.
Que sangraram, pisadas pelas guerras,
E rasgaram junto aos ossos fraturados
As angústias de não ter sobrevivido.
Tornando o prélio sua imagem e semelhança,
E em cada prole, mulheres e crianças,
Que a terra cobre entre mortos e feridos.