Rei Morto, Rei Posto
não me ilude o soluço da alma austera
pendor de espinhos em plena primavera
um sem fim rigor, desamor de mãe severa
que alardeia puro e simples pranto seco
não me toca a lágrima vã de quem fere
de quem marca a ferro a sorte de outrem
do texto sacro para o bem, o cabresto
arquitetura, afresco, cântico, iluminura
não me apieda a carência dos importantes
dos antes filhos de filhos de filhos da fidalguia
dos agora filhos de filhos de filhos da agonia
triste, o amor assiste mais democracia na dor
não mais me mobiliza a ojeriza aos hipócritas
deixo com que me convençam sobre atuações
encenações de vidas perfeitas para inglês ver
a saber: para cada desgosto, rei morto, rei posto