Pua
como posso viver no presente
se estou preso a esse passado
que pintava o futuro da gente
nesse nascimento fracassado
sem sentido essa vida posta
que existência tão insistente
mas a cabeça tem a resposta
para todo problema latente
a rua pavimentada de sangue
da gangue que vive com a lua
e recua o ente para o mangue
no perrengue sem fim da pua
deslizar para dentro do funil
é a consequência de todo dia
juntos e espalhados como vil
vai esse povo encher essa via
sorte que hoje não vai chover
porque já estou molhado sim
é culpa da lágrima no meu ser
ela vem do início até esse fim
De Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista