Pua

a rua pavimentada de sangue

da gangue que vive com a lua

e recua o ente para o mangue

no perrengue sem fim da pua

como posso viver no presente

se estou preso a esse passado

que pintava o futuro da gente

nesse nascimento fracassado

sem sentido essa vida posta

que existência tão insistente

mas a cabeça tem a resposta

para todo problema latente

deslizar para dentro do funil

é a consequência de todo dia

juntos e espalhados como vil

vai esse povo encher essa via

sorte que hoje não vai chover

porque já estou molhado sim

é culpa da lágrima no meu ser

ela vem do início até esse fim

De Marcondes Schifter

Poeta & Jornalista

MarcondeSchifter
Enviado por MarcondeSchifter em 23/05/2024
Código do texto: T8069230
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