A Casimiro de Abreu (4 de janeiro de 1839)
Casimiro, onde estais?
Onde escondestes as tais borboletas azuis?
Sepultaram a beleza da vida,
sabias, amigo?
Mas hoje é nosso dia,
acenderão as velinhas
e cantarão parabéns...
Casimiro, onde estais?
Será o teu mundo
melhor que este meu?
Este rio já não corre a abraçar Oceano...
O mar, o céu, o mundo e a vida,
já não são como nos teus oito anos...
E lá estarão eles, cantando parabéns!
Parabéns por mais um ano de insanidades?
Parabéns por mais mortes e guerras?
Parabéns pelos tristes olhos
de pessoas famintas?
Que piada!
Casimiro, onde estão
As tuas borboletas azuis,
Que já não as vejo?
(Escrito em 04.01.1989)