Aluguel
O princípio também pode ser o fim...
e ao nascer nós já morremos um pouco,
alugamos a vida
para pagá-la aos poucos,
às vezes com nossas lágrimas
e outras, com nossa dor....
Dói tanto...
vidro opaco refletindo
no fundo de minha alma...
O pranto do recém-nascido,
o pranto do velório...
E o do segundo perdido?
por esse, o pranto não se chora,
nem se sente...
Eu morro a cada segundo
mais do que se possa sentir...
eu morro por cada letra
que não choro!
Pela criança faminta
e pela hipocrisia humana...
Não corto meus pulsos,
não disparo o gatilho
e não cravo o punhal,
mas morro desta morte louca,
que mata dilacerando aos poucos...
O amor, ele só existe
nestas letras que tirei
lá das masmorras...
Não ao verso alinhado,
e ao pensamento do belo
nem à beleza da forma
mas sim, à forma da beleza!
Provar o término no começo,
e tirar deste bem alugado
algo que tenha valor,
que careço!